O principal oficial de saúde e responsável pela questão de COVID-19 na China anunciou que o gigante asiático pretende vacinar 40% (meio bilhão) de seus 1,4 bilhão de habitantes até o final de junho. A meta é grandiosa: será que vão conseguir? O Brasil pode ser prejudicado?
O anúncio marca o primeiro alvo de vacinação declarado publicamente na China e exigirá um aumento significativo na distribuição de doses no país mais populoso do mundo, uma vez que sua campanha de vacinas atualmente está atrasada em relação à lançamentos semelhantes como nos EUA e no Reino Unido.
Zhong Nanshan, epidemiologista e chefe do grupo de especialistas COVID-19 da Comissão Nacional de Saúde da China, definiu a meta ambiciosa em um painel promovido pela Tsinghua University.
Nesta terça-feira, Zhong esclareceu à Reuters que a China tem mais chances de atingir sua meta de 40% até o final de julho, inclusive levando em conta as pessoas que rejeitarão as vacinas.
Seja em junho ou julho, a meta de 40% exigirá que a China entregue doses para cerca de 560 milhões de pessoas nos próximos meses, aumentando drasticamente seus esforços de distribuição atuais.
Até 28 de fevereiro, a China administrou 52 milhões de doses da vacina COVID-19, o que se traduz em cerca de 3,56 doses por 100 pessoas, disse Zhong.
Os EUA, por outro lado, administraram quase 77 milhões de doses de vacina, o que significa pouco mais de 23 doses por 100 pessoas. Enquanto isso, Israel administrou pouco mais de 8 milhões de doses de vacina, o que equivale a cerca de 90 doses por 100 pessoas.
As autoridades chinesas atribuem a implementação relativamente lenta da China ao relativo sucesso do país em conter COVID-19 dentro de suas fronteiras. “O ritmo atual de vacinação é muito baixo hoje devido ao controle do surto nos estágios iniciais”, disse Zhang Wenhong, outro especialista em doenças infecciosas e conselheiro governamental do COVID-19 da China.
As autoridades chinesas aprovaram oficialmente quatro vacinas chinesas para fazer parte de sua campanha. Em janeiro e fevereiro, os reguladores aprovaram vacinas da fabricante estatal Sinopharm e da empresa privada Sinovac para distribuição geral.
Na semana passada, a China adicionou mais duas vacinas a seu arsenal - uma do Instituto de Produtos Biológicos de Wuhan, uma afiliada da Sinopharm, e outra da CanSino Biologics, uma fabricante privada de vacinas que fez parceria com militares da China para produzir sua vacina.
É importante lembrar que grande parte das vacinas atualmente distribuídas no Brasil são da fabricante chinesa Sinovac. Os insumos para a produção são importados da China e utilizados aqui pelo Instituto Butantã que, por sua vez, repassa toda sua produção de vacina e distribui para todos os estados da nação.
*Com informações da revista Fortune e da Reuters.
Комментарии