O contra-ataque começou. Não na zona militar, mas numa indústria que afeta a todos os apaixonados por jogos. As empresas de videogames iniciaram a interrupção de suas operações na Rússia em meio a protestos contra a invasão da Ucrânia pelo país. A Electronic Arts apertou o "reset": removerá a seleção russa e todos os clubes do país de seus títulos de futebol da Fifa e da série de jogos de futebol da NHL.
“A EA Sports se solidariza com o povo ucraniano e, como tantas vozes no mundo do futebol, pede paz e o fim da invasão da Ucrânia”, disse a empresa em tweet. Não apenas isso, a empresa deu um passo adiante: bloqueou todas as vendas de jogos e conteúdo na Rússia e na Bielorrússia.
No início desta semana, o ministro digital ucraniano, Mykhailo Fedorov, pediu à Microsoft e à Sony que bloqueiem todas as contas russas e bielorrussas e cancelem quaisquer eventos de jogos planejados nos dois países. Ele também pediu às empresas que negassem permitir que jogadores russos ou bielorrussos competissem em eventos internacionais de esportes.
“Temos certeza de que tais ações motivarão os cidadãos da Rússia a interromper proativamente a vergonhosa agressão militar”, disse Fedorov em uma carta que postou no Twitter.
O presidente da Microsoft, Brad Smith, disse que a empresa “suspenderia todas as novas vendas de produtos e serviços da Microsoft na Rússia” e interromperia “muitos aspectos de nossos negócios na Rússia em conformidade com as decisões de sanções governamentais”.
Não apenas games
O mundo dos esportes também foi pego pela crise Rússia-Ucrânia. A Rússia tem uma indústria de e-sports considerável. Oito russos estão listados no ranking "Esports Earnings" dos jogadores mais bem pagos do mundo, com Yaroslav “Miposhka” Naidenov ocupando o 11º lugar.
A organizadora de esportes alemã ESL disse que impediria as equipes de Counter-Strike: Global Offensive Virtus.pro e Gambit de competir na ESL Pro League em junho. “Tomamos a decisão de que organizações com ligações aparentes com o governo russo, incluindo indivíduos ou organizações sob supostas ou confirmadas sanções da UE relacionadas ao conflito, não poderão ser representadas”, disse a ESL e.
O Virtus.pro é de propriedade da ESforce Holding, uma divisão da empresa de tecnologia russa Mail.ru, enquanto a Gambit é uma subsidiária do grupo de telecomunicações MTS.
A ESL disse que os jogadores de ambas as equipes ainda poderão competir “sob um nome neutro, sem representar seu país, organização ou patrocinadores de suas equipes em suas roupas”.
A ESL afirmou também que interrompeu todas as competições programadas na Comunidade de Estados Independentes, que inclui Rússia, Ucrânia e Bielorrússia.
Por que isso importa?
O corte de laços do mundo dos videogames com a Rússia pode ter um impacto significativo na economia do país. A Rússia abriga um mercado de jogos vibrante, avaliado em US$ 2,3 bilhões em 2021, segundo a empresa de dados Statista.
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