A SpaceX lançou o serviço de internet por satélite Starlink específico para aviação, ao mesmo tempo em que a empresa do bilionário Elon Musk procura expandir ainda mais o mercado de Wi-Fi a bordo. O serviço, cotado em dólares e com cifras expressivas, deve começar a partir de 2023.
A empresa está cobrando US$ 150.000 pelo hardware necessário para conectar um jato ao Starlink, com custos mensais de serviço entre US$ 12.500 por mês e US$ 25.000 por mês. As entregas para clientes de aviação estão programadas para “começar em meados de 2023”, disse a empresa, após revelar que as reservas exigem um pagamento inicial de US$ 5.000.
A SpaceX informou que a “cobertura global” ocorrerá por meio de uma antena de tela plana que os clientes instalariam em cima da aeronave. A companhia está buscando certificados da Federal Aviation Administration (correspondente a ANAC, Agência Nacional de Aviação Civil no Brasil) para tentar conquistar uma variedade de aeronaves, a maioria das quais normalmente são operadas como jatos particulares.
Quanto à qualidade do serviço, a SpaceX diz que os clientes da aviação Starlink podem esperar velocidades de até 350 Megabits por segundo, “permitindo que todos os passageiros acessem a Internet com capacidade de streaming ao mesmo tempo”.
“Os passageiros podem se envolver em atividades anteriormente não funcionais em voo, incluindo videochamadas, jogos online, redes privadas virtuais e outras atividades de alta taxa de dados”, disse a SpaceX.
A SpaceX anunciou que não instalará as antenas (iguais a imagem acima). Segundo a empresa, os clientes “terão que providenciar a instalação com um provedor”.
O serviço de aviação da empresa não requer um contrato de longo prazo. A SpaceX afirma que “todos os planos incluem dados ilimitados” e o “hardware está sob garantia enquanto você assinar o serviço”.
A SpaceX assinou acordos iniciais com transportadoras aéreas comerciais, incluindo a Hawaiian Airlines e o provedor de fretamento semiprivado JSX para fornecer Wi-Fi em aviões. Até agora, a SpaceX foi aprovada para realizar uma quantidade limitada de testes em voo, considerando o mercado de Wi-Fi de aviação como “pronto para revisão”.
Concorrência
Esta última oferta representa um desafio direto ao provedor líder de conectividade a bordo Gogo. Analistas acreditam que o produto Starlink “parece ser grande e caro demais para desafiar” a posição da Gogo no mercado de jatos executivos de pequeno e médio porte e que “isso provavelmente virá como um alívio bem-vindo para os investidores da Gogo.”
“A entrada da Starlink no mercado de conectividade de jatos executivos pressionou as ações da Gogo. Prevemos que a Gogo será capaz de combater a concorrência por causa de sua rede celular ar-terra exclusiva.
Atualmente, a Gogo é a fornecedora dominante de conectividade a bordo para jatos executivos e atende mais de 6.600 jatos executivos com sua rede celular e mais 4.500 aeronaves com conectividade [satélite]”.
Analistas do Morgan Stanley escreveram em relatório aos clientes que, embora se espere que o “preço premium” da Starlink tenha “um impacto relativamente limitado para a Gogo no curto prazo”, o novo serviço da SpaceX “destaca a crescente competitividade e intensidade em um mercado que a Gogo historicamente dominou com mais de 80% de participação de mercado.”
Fique por dentro
Starlink é o plano da SpaceX de construir uma rede de internet interconectada com milhares de satélites, projetada para fornecer internet de alta velocidade para qualquer lugar do planeta. A SpaceX lançou cerca de 3.500 satélites Starlink em órbita e o serviço tinha cerca de 500.000 assinantes em junho.
A empresa levantou capital constantemente para financiar o desenvolvimento do Starlink e de seu foguete Starship de próxima geração, com US$ 2 bilhões arrecadados apenas em 2022.
A FCC autorizou a SpaceX a fornecer serviço de internet móvel Starlink, com as ofertas de produtos da empresa agora incluindo serviços para clientes residenciais, empresariais, RV, marítimos e de aviação.
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