A tecnologia em favor da ajuda humanitária. É com essa missão que a startup alemã Wingcopter planeja utilizar seus drones, cujas capacidades vão além das existentes no mercado comercial, para distribuir vacinas da Covid-19 em locais de difícil acesso nos cinco continentes do mundo.
A startup alemã Wingcopter, que desenvolve e vende drones de transporte para aplicações humanitárias e civis, anunciou a produção em série de seu principal produto para auxiliar na entrega de vacinas da Covid-19 em áreas onde a logística não consegue chegar.
Fundada em 2017 por Ansgar Kadura, Jonathan Hesselbarth e Tom Plummer, a empresa sediada em Darmstadt (Alemanha) é fabricante e operadora de aeronaves não tripuladas eVTOL: são os chamados “Wingcopters”, movidos a eletricidade e que excedem em muito o alcance e as capacidades de carga útil dos drones multicópteros comerciais - geralmente vistos no mercado.
“Decolando e pousando verticalmente como multicópteros, os Wingcopters voam longas distâncias com a eficiência e rapidez de aeronaves de asa fixa, atingindo alcances de até 75 milhas (120 km) e uma velocidade recorde mundial do Guinness de 150 mph (240 km/h). Mesmo com ventos fortes de até 70 km/h ou condições climáticas desfavoráveis, os drones operam de forma autônoma e confiável”, explica a empresa.
O modelo atual do drone, denominado Wingcopter 178 Heavy Lift, pode abaixar com precisão um pacote por meio de um mecanismo de guincho, ou pousar no ponto de destino e retornar à sua origem com uma nova carga útil.
Combate à Covid-19
Os Wingcopters já são usados em alguns mercados para auxiliar na ajuda humanitária. Na Tanzânia realizam a entrega de suprimentos médicos bidirecionais e, na Irlanda, concluiu a primeira entrega mundial de insulina via drone. O percurso foi além da linha de visão visual (BVLOS), o termo técnico da indústria para quando um drone voa além do alcance visual de um operador humano.
No Malawi (África Oriental), a Wingcopter colocou em prática recentemente o projeto “Drone+DatAid” para melhorar as cadeias de abastecimento de saúde juntamente com o Ministério Federal Alemão para Cooperação Econômica e Desenvolvimento (BMZ).
A nova meta da startup é agora ajudar na entrega de vacinas para conter a proliferação da Coronavírus mundo afora. Em Vanuatu, um país no sul do Oceano Pacífico formado por cerca de 80 ilhas que se estendem por 1.300 quilômetros, a empresa firmou parceria com UNICEF para iniciar a entrega via drone de vacinas e suprimentos contra a Covid-19.
“A infraestrutura deficiente sempre foi uma barreira, especialmente para a prestação de cuidados de saúde, impactando bilhões de vidas - uma situação ainda agravada pela Covid-19. Com o apoio e as redes poderosas de nossos investidores, estamos dando um grande salto em direção ao cumprimento de nossa visão de criar soluções de drones eficientes e sustentáveis que melhoram e salvam vidas em todos os lugares”, afirma Tom Plummer, CEO da Wingcopter.
Apoio dos investidores
A empresa afirma estar bem posicionada e pronta para estabelecer novas parcerias, além de aprimorar processos de entregas totalmente automatizados.
Somente no começo de 2021, a WingCopter recebeu US$ 22 milhões, em investimentoS somados, de um fundo de crescimento alemão e também do VC Xplorer Capital, grande investidor de tecnologias automatizadas sediado no Vale do Silício (EUA). A Futury Ventures e a Hessen Kapital III também participaram nesta aplicação de capital.
“A chegada de investimentos de um grande player sediado no Vale do Silício foi fundamental para a nossa startup, especialmente porque estamos também em processo para criar uma filial e ingressar nos Estados Unidos”, destacou Plummer. O objetivo é realizar em solo americano testes de voo para satisfazer os requisitos da agência de aviação local (FAA, na sigla em inglês) e obter certificação operacional.
Parceria com a gigante DHL
A WingCopter já desenvolve um projeto junto à DHL, maior empresa de logística do mundo. Criou o DHL Parcelcopter: destinado a atender entregas onde os métodos padrões são excessivamente longos. São locais não vinculados à rede rodoviária, que possuem barreiras naturais (como água ou montanhas), e que poderão ser superados através do envio de drones.
Durante os primeiros testes, DHL Parcelcopter completou voos de 60 km de um continente a uma ilha em 40 minutos (em média). Foram no total de 2.200 km sobrevoados e cerca de 2.000 minutos de voo registrados no projeto piloto.
>> Ficou interessado(a) e quer saber como o Wingcopter funciona? Confira o vídeo institucional da companhia abaixo:
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